Melhor: a realização, a montagem e fluídez dos planos de filmagem, os efeitos especiais
Pior: início lento, ajuste do espectador ao estilo de filmagem
Comentário
Algo fora dos parâmetros do normal acontecera em Manhattan... No entanto, foi encontrada uma câmara que revela os pormenores da tentativa de sobrevivência de 5 jovens que de um momento para o outro vêem à sua volta destruição, caos e algo que nunca ninguém tinha antes presenciado... A história é comandada por Hud que controla a câmara que documenta tudo o que está a acontecer em Manhattan, desde a sua sobrevivência ao salvamento do amor do seu melhor amigo.
Desde que o teaser do filme que foi lançado com Transformers no Verão de 2007, fez furor por todo o mundo, algo de diferente e único estava para acontecer. A campanha de marketing de CloverField foi exemplar e, sem dúvida, o instrumento principal para tornar este filme ( que toda a gente desconhecia ) o mais falado no planeta. O facto é que o teaser apanhou todos de surpresa e ter J. J. Abrams no comando da produção dava outra relevância ao projecto comandado por Matt Reeves. A especulação foi tremenda! Todos queriam saber do que se tratava... de certeza que era sobre um monstro que atacava Manhattan, mas que monstro? O porquê do ataque? De onde é que ele veio? J. J. Abrams conteu o máximo da informação em segredo fazendo com que as pessoas quisessem saber mais e mais sobre o filme. Estes passos foram essencias para promover o filme, mas será que este filme iria ser mesmo aquilo que demontrou no teaser, aquilo que deixou todos os que viram o famoso teaser boquiabertos? De certeza!
O início do filme é um pouco lento e aborrecido, porque aqui temos que entender as relações das suas personagens e principalmente porque queremos ver é o monstro, ver o caos apoderar-se de Manhattan. Mas não pensem que isto é mais um simples monster-movie, ou até uma ligeira cópia d'O projecto Blair Witch ( que muita gente associa ). O filme consegue manter uma realidade incrível, pois mantém a sua história principal nas suas 5 personagens e não no monstro, que se torna em CloverField um mero objecto secundário. É aqui que CloverField difere dos outros filmes de monstros. Não tenta impôr uma razão para tudo o que está a acontecer, não sabemos nada, apenas o que as personagens sabem. Isto torna única a experiência, colocando-nos no meio da acção e terror. Vi-me em certos momentos agarrado à cadeira com a adrelina a correr pelo o meu corpo todo. Depois do primeiro 'rugido' do monstro, o filme consegue ser completamente emocionante e viciante.
Esta foi a minha segunda experiência a ver um filme totalmente filmado por handycams, sendo o primeiro O projecto Blair witch. O facto é que no primeiro filme que vi não senti tanta diferença na sua maneira de filmar, visto também ser mais estagnada, mais calma. Em CloverField, as situações são diferentes. As personagens andam a correr de um lado para o outro e faz com que a câmara anda sempre a balouçar. Havia certas alturas em que olhava em volta para ver se alguém já tinha ficado enjoado e 'divulgado' o jantar ( visto que fui ver à noite ) ali na sala de cinema. Até cheguei a pensar em levar um impermeável depois de ter lido várias criticas de pessoas que viram mesmo pessoas a ficar enjoadas. Na minha sessão isso não aconteceu.
A realização de Matt Reeves está mesmo muito boa, dando-nos pormenores incríveis. A questão de nunca querer revelar por completo a criatura, torna o filme mais emocionante. A montagem tem aqui um propósito bastante importante, conseguindo manter uma fluídez muito boa. Existem certas situações, em que se nota que não existem cortes e os seus planos de filmagem são tão elaborados que nem dá para acreditar. Os pormenores de conseguir captar tudo o que os rodeia com aquela simples câmara é realmente de espantar qualquer um.
Em suma, este é um filme para todos verem. No cinema, a experiência expande-se! O monstro está muito bem conseguido e acima de tudo o argumento é simples e coeso. Um facto é que existem certas situações no teaser que são diferentes no filme, sendo uma delas o primeiro 'rugido' do monstro.
'Okay, so our choices are we die in here, die in the subway, or die on the streets.'