Melhor: a montagem e fotografia, o argumento, as interpretações
Pior: um fim do filme menos enigmático, a opção de um filme não-linear
Comentário
Jigsaw e Amanda estão mortos. Foi assim que acabou o terceiro filme desta famosa franchise, mas quando Jigsaw é autopsiado, os médicos encontram algo que não estavam à espera. No entanto, o polícia de intervenção ( SWAT ) Rigg começa a ficar obcecado por Jigsaw, porque toda a gente à sua volta continua a morrer. Mas algo mais está à sua espera, mais do que ele imaginara! Jigsaw vai incluí-lo nos seus jogos, mas como? Se ele já morreu...
O fenómeno Saw! Tal como muitos por todo o mundo, também eu fui absorvido por ele. No entanto, eu só vi o primeiro filme quando este me chegou às mãos na forma de disco mágico e enquanto o segundo filme já estreava nos cinemas americanos. Confesso que enquanto visionva o filme, achei interessante a história mas nada mais. Parecia um filme completamente normal, com uma pitada extra de gore. Mas algo mais estava à minha espera no final do filme. Existem filmes que têm fins interessantes, outros chocantes e ainda alguns trágicos, mas este finale deixou-me boquiaberto! Não estava à espera... E um aspecto bastante interessante é que o final do filme foi a base do próprio. O conceito foi completamente visionado apartir desse que é agora considerado um dos mais interessantes fins de um filme.
Porque é que estou a relembrar o primeiro filme desta franchise nesta critica, vocês perguntam. Bem, para perceber esta quarta parte há que entender o que se passou até agora. E para aqueles que vêem a franchise Saw apenas como um filme sangrento sem propósito nenhum, não vão perceber porque é que há mais um filme. Pois o que realmente a torna interessante são mesmo as suas personagens ( principalmente Jigsaw ) e os seus desenvolvimentos. É claro, o gore é apenas um extra que fica sempre bem! Dá-lhe um tom mais escuro, horrífico e satisfaz um ávido grupo de fãs!
Esta quarta parte explora os acontecimentos que sucederam a Jigsaw para que este que, no entanto, é demonstrado como uma pessoa que se preocupa com outros e tem uma esposa com o seu progénito na barriga, tenha sido levado a cometer estes actos horríficos. Mas ao explorar estes aspectos, o que torna o argumento muito forte, debilita o filme em termos de seguimento. Cada Saw tem uma estrutura de argumento diferente, mas ao optarem por um filme não-linear, estragaram o que podia ter sido uma óptima sequela. O facto é que o filme salta muito de um lado para o outro, tentando abordar o passado de Jigsaw e as diferentes personagens que aparecem no próprio. Uma pessoa tem que estar bastante concentrada para perceber todos os aspectos, o que se torna por vezes difícil porque até o filme fica demasiado confuso para o fim. Ouvi gente na sala que não percebeu o fim, até eu demorei um pouco a percebê-lo... Mas quando pensamos, é tão óbvio! Tal como no terceiro filme, o twist final não me impressionou. Aliás, este é o ingrediente principal destes filmes. O guião do quinto Saw já está práticamente acabado, outra vez sem a mão de Leigh Whannell, que abandonou a franchise no fim do terceiro capítulo.
Quanto às interpretações deste filme, não há muito para dizer. Convincentes e realistas, personagens com carácter e história. Algo que nunca aconteceu, por exemplo, na minha primeira desilusão do ano: Aliens vs predador. Jigsaw continua Jigsaw, mesmo morto! Amanda aparece apenas em flashbacks, mas o que mais me aborreceu neste filme em termos de personagens foi mesmo o que aconteceu a Eric Mathews que volta a aparecer neste capítulo. É triste ver aquilo pelo que ele passou e ver o que acontece à personagem interpretada por Donnie Whalberg.
O quinto filme já está agendado para este ano, durante o dia das bruxas nos Estados Unidos. Pela primeira vez, gostava que a estreia fosse mundial... Para acabar, de referir que ainda não foi desta que vimos o Jigsaw em 16:9!
'Time is an illusion that cannot be given.'