Melhor: a fotografia; o design dos sets, a sequência da primeira tortura, o twist final
Pior: os estereótipos das personagens num filme de terror, a banda sonora
Comentário
Uma das primeiras coisas que quero referenciar aqui, é que sou um grande admirador de sequelas. Por mais horríveis que elas sejam, merecem sempre o seu visionamento. É claro, também só vejo se o original me cativar. Estou a dizer isto, porque gostei muito do facto desta segunda parte começar exactamente onde o outro acabou. Na personagem que sobreviveu e que regressara ao seu país de origem. Eli Roth aqui trata este filme como uma segunda parte, daí o título HOSTEL- Part II e não HOSTEL 2, como infelizmente é o título português. Continuando... Por acaso, estava à espera que Roth continuasse a utilizar mais a personagem do primeiro filme, mas todas essas minhas esperanças acabaram logo nos primeiros minutos... De realçar ainda que Roth volta a utilizar Jordan Ladd para um filme de terror, o outro sendo A cabana do medo ( Cabin fever ). No entanto, o seu papel é mínimo desta vez.
A estrutura desta segunda parte é um pouco diferente da da primeira parte. O primeiro tinha o papel de apresentar o mundo por detrás de Hostel, criar suspense, deixar-nos na dúvida sobre o que realmente seria e depois acabar por nos arrebatar com a sua violência sem medidas. Este filme acaba por ser mais rápido, tanto em termos de história e como em desenvolvimento de personagens, e é talvez por aí que perde mais pontos. Eu entendo que por um lado não era necessário, pois já não era preciso criar tanto suspense, pois já sabiamos do que se tratava o Hostel, mas o facto é que nesta segunda parte temos a oportunidade de ver o reverso da medalha. Conhecer melhor as pessoas que matam e aí Roth falha por completo. Essas personagens sim, deviam ser bem desenvolvidas, porque levam a um resultado que muitos provavelmente não perceberão. Um facto bastante interessante, é que essas duas personagens vêm da série de televisão Donas de casa desesperadas.
Quanto às personagens que vão ser torturadas, são um estereótipo completo. Quando vamos ver um filme de terror há-de haver sempre uma personagem muito tímida e super inteligente, uma completamente bonita e sexy ( que normalmente é aquela que vai logo em primeiro ) e uma que será sempre a líder. Sinceramente eu não percebo porque é tem de ser assim. Podiam equilibrar as personagens, criá-las todas com a mesma importância para que o espectador nunca esteja à espera que uma delas seja a primeira ou mesmo se irá morrer ou não. Porque partimos sempre do princípio do filme a saber qual é que vai sobreviver!
Tal como no primeiro filme, fiquei completamente arrebatado com os sets. Os locais frios, sombrios, sem alma. A fotografia está como se diz over-the-top. Este é provavelmente um dos pontos altos do filme.
Por fim, a violência. Estava à espera que superasse a primeira parte de Hostel. Mas ficou aquém do que eu estava à espera. Tem lá boas cenas de gore, mas há uma imagem do primeiro que nunca me sairá da cabeça. Muitas pessoas, não vão gostar deste filme porque não vão perceber a sua essência. Muitos, provávelmente, até nem considerarão um filme de terror, como eu já li nalguns fóruns, mas só o facto deste filme se basear em factos verídicos é deveras aterrador.
'Is he hot, or is he too Eastern Bloc?'